quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sobre eleições, campanhas e a pirotecnia das propagandas políticas


Tava aqui lendo Roberto Pompeu de Toledo na última edição da Veja (Tudo bem, é de direita, mas vou fazer o quê? É um dos últimos redutos de vida inteligente...), e constatando a quantas andam a campanha eleitoral de 2010. Não, antes que me perguntem, não ando muito animado com os resultados que apontam os rumos do Brasil daqui em diante. Diferente do Tiririca (Florentina, Florentina, lembra?), candidato a deputado federal por São Paulo, não compartilho da opinião de que "pior não fica". Ah, fica sim. Bem, algumas considerações minhas sobre o que se processa na atual campanha eleitoral:

- Pirotécnicas propagandas eleitorais - Propostas? Quem precisa disso quando se tem nas mãos dinheiro e tempo na propaganda suficiente para se fazer um show hollywoodiano de imagens em high definition? São imagens rápidas, que vão do Oiapoque ao Chuí, discursos belíssimos sobre crescimento, a grandiosidade de obras por todo o país, as estatais funcionando a pleno vapor. Muito bem! Se eu fosse um dinamarquês, ao ver essa propaganda, acreditaria que o Brasil está bem próximo de ser não só a maior economia, como também o maior IDH do mundo! Palmas pros marqueteiros! Aliás, tem muitos aí que eu, pobre aspirante a roteirista, adoraria como diretor de fotografia de uma novela minha...

- Candidatos exóticos - Onde quer que esteja, o saudoso Dr. Enéas Carneiro deve estar de alma lavada. Ele, que sempre foi chamado de esquisito (para dizer o mínimo), chegou a responder à altura um jornalista que o chamou de exótico, afirmando que "exótica é a senhora sua mãe". Hoje, Enéas seria considerado o que há de mais normal e sóbrio dentre aqueles que aspiram um lugar ao sol. Ou melhor, um lugar no legislativo. E mesmo no executivo. Eu nem vou citar os exemplos mais sórdidos, porque a urticária já está subindo pelos dedos...

- Musiquinhas infames - Ah, as boas e velhas musiquinhas. Alguns jingles não são dos mais novos (Ey-Ey-Eymael... inesquecível), outros são recauchutagem de músicas de nossa MPB (ou quem quer que considere o tecnobrega e o forró eletrônico como "popular brasileira"), mas alguns foram encomendados especial e exclusivamente para os atuais queridões da República. O mais tenso é ver aquela turma desdentada, as banhas saltando pela camiseta curtinha, ali, cantando junto.

- Promessas de campanha - Tá sem emprego? A gente arranja! Tá sem dente? A gente arranja também! E por aí vai. O céu é o limite para o que os candidatos prometem. A sua conta de luz, que você pediu pra ele pagar, então, é fichinha diante do que muitos estão prometendo por aí.

- Recauchutagem no visual - É incrível como essa turma de políticos, que a gente tá mais velho assim de ver todo dia, fica mais bonito, bem vestido e sorridente nesse período. Nem parece aquela criatura suada, amarrotada e mal-humorada do dia-a-dia. Ali tá todo mundo de dentão branco, olhar de pai que revê o filho depois de anos, a camisa mais bem passada, o blaser escolhido para a ocasião, etc. Enfim, um desfile de beleza, dentro do possível. Porque né? Tem coisas que são impossíveis de mudar...

Bom, depois dessa listagem, de tom cômico, vamos falar sério? Tempo de eleição é tempo de pensar. Não só naquilo que vai fazer bem pra você, mas naquilo que é o melhor para a sua população. Não só naquele candidato que lhe favoreceu, dessa ou daquela forma, mas no que ele fez para favorecer a maioria. Melhores hospitais? Melhores escolas? Melhores estradas? Nisso, nisso, nisso. Eleição é tempo de analisar propostas, biografias e posturas administrativas. É tempo de pegar o currículo dessa galera que pede nosso voto todo dia na TV e vê-lo sem paixões. Ficha limpa, experiência e obras concretas que sirvam de provas daquilo que seu candidato fez são as melhores opções. Discursos extremistas e radicalismo ideológico também não fazem bem nesse período, afinal, no mundo real, o melhor caminho é sempre o do meio.

Pense nisso. E vote consciente!

6 comentários:

  1. Mais do mesmo e quanto pior, melhor. O modelo está desgastado, amigo, necessária mudança!!!

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  2. Se eu relatar aqui as trepeças de Alagoas, todos irão chorar: Collor, Renan Calheiros, Teotonio Vilela...
    E mais figuras bizarras e tenebrosas, fazendo, no contexto geral, um circo de horrores generalizado.
    E eis que o voto consciente nada mais é do que a consciência em votar no "menos pior"..
    E ainda parafraseando a Veja: "sim Tiririca, pode mesmo ficar pior"!

    No mais, pela análise, rapaz!

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  3. Melhor ou pior... Como ficará? Precisaremos dar dois passos para trás, para depois lograrmos um grande salto? Bem, uma coisa é certa: daremos alguns saltos para trás... espero não estar vendo a história se repetir, como na Alemanha nazista, ou no Brasil militarista, por exemplo.

    maravilhoso trabalho, meu amigo!

    Hênio Aragão

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  4. meus olhos te viram tristes " Brasil" olhando pro infinito tentando ouvir o som do próprio grito. socorro!! é pessoal cada dia que passa piora realmente fabio da pra fik pior sem duvidas. mais uma coisa o governo federal copiou da piracuruca marionetes, tv e controle remoto nao tem so por aqui, será se copiaram daqui, nao sei so resta refletir e pensar o que fazer pra dar um pouco de rumo pra nossa naçao.
    valeu galera belo trabalho fabio.

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  5. Amigo em um pais que o imoral e a ética são palavras “sinônimas” não me espantaria em ver o Tiririca e outros como políticos piauienses que até outro dia estiveram presos sendo empossado no ano que vem. Só um momento longe de mim comparar o Tiririca com estas figuras em questão. No entanto a hora seria esta de fazer o que o ficha limpa não conseguiu, que seria limpar (banir) do mapa....porem infelizmente a ignorância é imperante e as estampas carimbadas(sujas) continuarão figurando e decidindo por nós na política.

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  6. Este deveria ser o slogan dos maus políticos do país - Absinto Muito - Eu não vou voltar (ao vivo)
    http://t.co/3IbspFH
    Visite o nosso blog e deixe seus comentários. Um abraço!

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