segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cinco coisas que fazem sua fama de cult

Saudações! Desta vez, minha função aqui é exercer um trabalho social digno de meu amigo Eddy Fernandes, do Tá Fun (Não conhece? Tá perdendo tempo! Acesse já ao http://ta-fun.blogspot.com). Como o SuperCult é a casa da variedade de conhecimento, eis aqui elementos que fazem você exibir, perante a sociedade, uma figura de inteligente, cult. Quase nerd, mas com classe. Se você deseja esbanjar seu vasto conhecimento horizontal, matando de inveja amigos e (des)conhecidos, mas ainda não terminou o Ensino Fundamental, eis as dicas:

1. Ler Friedrich Nietzche


Se escrever seu nome é um atento aos dedos no teclado, ler sua obra é uma tarefa não menos dispendiosa. Para os leigos: Nietzche é um influente filósofo alemão do século XIX, cujo conjunto de ideias pautou-se na crítica à sociedade ocidental de sua época e à religião, juntamente com todo seu embasamento dogmático e moral. O mundo judaico-cristão viu com ele alguém que não tinha medo de criticar suas ideias, chegando inclusive a decretar "a morte de Deus" (Aos religiosos de plantão, calma. Deus não morreu, mas se algum atentado fosse registrado, pode apostar: Nietzsche era o suspeito número zero). O niilismo, corrente filosófica surgida com ele, pauta-se em obras como A Gaia Ciência e Assim Falou Zaratrusta. Dissertar sobre ele numa roda intelectual atrai olhares de admiração e inveja. Colocar uma de suas frases no Orkut pode: 1) levar as pessoas a pensarem que você está querendo aparecer ou é louco; 2) levar as pessoas a pensaram que você anda estudando demais, dedicando seu precioso tempo à filosofia cética e, por isso, começa a querer aparecer ou está ficando louco.

2. Assistir "O Último Tango em Paris"


Filmes cult sempre deixam você bem na fita. Portanto, assistir ao clássico de Bernardo Bertolucci, de 1972, sobre um homem de meia-idade que busca prazer com uma jovem francesa é uma excelente pedida. Fora isto, a famosíssima "cena da manteiga" entre os protagonistas Marlon Brando e Maria Schnneider vale a pena muito do filme.

3. Ter na estante livros com fotografias de anônimos


Não, não estou falando de nenhum tipo de pornografia. Mas estão em voga a produção de livros de fotografia que retratam o cotidiano de pessoas, fazendo as mais diversas coisas (indo à padaria, correndo na praia, saindo da favela, etc.). Melhor ainda se for de um país de Terceiro Mundo (um africano com baixo IDH), demonstrando seu interesse pelos "sem voz" do mundo inteiro.

4. Preocupar-se com o meio ambiente

A política ambiental tornou-se a menina dos olhos do século XXI. Por isso, demonstrar e efetivar sua preocupação com o meio ambiente leva você a ser tido em alta conta perante a comunidade cult. Dar um de James Cameron, participar de eventos, comunidades virtuais, abaixo-assinados e similares, relacionados com a proteção de uma área ambiental em risco (a Amazônia e a Mata Atlântica, acredite, são as melhores pedidas) estão definitivamente em alta.

5. Ouvir Vanessa da Mata, Osvaldo Montenegro, Maria Gadu, Ana Cañas e Arnaldo Antunes


Ou qualquer outro cantor da MPB com voz suave. Um som ambiente é o que pode haver de mais cult. Nada de barulheira em casa, muito menos uma banda de forró que compara a mulher a uma vaca, ou um funk que repete a mesma palavra 39 vezes. Na nova safra da MPB, "Boa Sorte/Good Luck", de Vanessinha da Mata, é uma beleza para ter no playlist, bem como "Pra Você Guardei o Amor", da parceria de Ana Cañas e Nando Reis. Dos mais clássicos, João Gilberto, Tom Jobim e Chico Buarque jamais sairão de moda.

Gostou das dicas? Antes que pensem que o tom de ironia desmerece qualquer uma delas, deixe-me explicar. Este tom é apenas para dar mais leveza e diversão ao leitor do texto. Particularmente, concordo com tudo, ou quase tudo com o que está disposto acima. Menos colocar Nietzsche no Orkut, que, de fato, está ficando batido...

Em breve, você saberá o que lhe afasta do Cult. Aguarde!

3 comentários:

  1. Me encaixo só em ouvir Vanessa da Mata (e um pouco no meio ambiente). No resto....

    ResponderExcluir
  2. Eu tenho falhas de caráter tão absurdas que eu posso te dizer que não me encaixo em nenhuma coisa desse who aí. Vanessa da Mata, Chico e Tom talvez, sejam as únicas exceções. Já li Nietzsche e achei o cara chato pra porra!!! Desisti. É a mesma coisa Dostoievski. Chato pacas também.

    E tô cagando pro meio ambiente, serious. Pronto, pode mandar me bater.

    ResponderExcluir
  3. Acredito que atingi meu objetivo... rs...

    O objetivo implícito do tópico era criticar, de forma velada, os estereótipos intelectuais (Nietzsche, alta MPB, etc.). Não que sejam ruins, mas que se tornam veículos tão batidos daqueles que buscam passar por "inteligentes" que é irresistível não satirizá-los.

    Nietzsche é, sim, chato pra caramba. O meio ambiente, tudo bem. Livros com fotos de anônimos não me apetecem e o "Último Tango em Paris" ficou famoso apenas... pela cena da manteiga.

    A excessão absoluta, claro, são Vanessa da Mata, Chico, Tom (e a Gadu, vá lá também) rs.

    ResponderExcluir