terça-feira, 30 de novembro de 2010

Das (in)contigências acadêmicas

Se embrenhar pelas matas obscuras do mundo acadêmico não é tarefa fácil. Pois é. Eu tenho tentado. São estranhos (des)caminhos, passagens incertas, pontes meio bambas, e, certas vezes, uma estrada meio invisível. Mas o lugar onde se quer chegar, esse sim, é possível observar de qualquer ponto do caminho. Isso, porém, não faz o percurso parecer mais fácil.

Sob esta enxurrada de metáforas e eufemismos, o certo é que tenho trilhado o caminho dos tijolos dourados, rumo a um objetivo. A princípio, "caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento", "ao sabor do vento", e sem muita responsabilidade sobre a chegada. Mas a trilha foi se tornando mais clara, e as possibilidades de chegar ao destino desejado também. E fui me apaixonando por essa caminhada. Ao longo dela, fiz amizade com aqueles que, como eu, trilhavam o mesmo caminho. Muitos (e talvez eu mesmo) olhavam para os outros, a princípio, pensando em derrubá-los na próxima ponte cabaleante. Mas, quer saber? Melhor é caminhar junto, e compartilhar, ao longo do caminho, das paisagens e da expectativa. Que delícia é ter companhia pra passar nervoso, pra roer a unha, pra esperar por aquele que não marcou de vir (naquele momento)! Por vezes, quase caí na areia movediça. Mas me estenderam a mão: justo aqueles que poderia me deixar ali, sendo consumido pela terra traiçoeira. O que seria melhor pra eles, claro. Mas, talvez, aqueles que junto comigo faziam a travessia, estavam pensando como eu.

Ao longo da jornada, muitos foram eliminados. É como um grande Big Brother, com 85 participantes. É, um jogo duro, duríssimo! A diferença é que 23 ganharão o grande prêmio. A gente olha pra trás, vê quanta gente ficou pelo caminho, e já se sente vitorioso. Eu cheguei aqui! Justo eu, aquele que pensava que tudo não passaria de uma grande brincadeira (de ET)!

Mas chega um ponto em que todo o caminho foi percorrido, e a fortaleza de gelo (ou de cristal, ou de ferro, ou, quem sabe, de guloseimas, como a casa de bruxa em João e Maria...) está de portas fechadas, prontas para abrir apenas para os escolhidos. Ah, os escolhidos... aqueles que penetrarão num caminho ainda mais difícil e tortuoso. Aquele que navegará por mares nunca dantes navegados. Mas delicioso de tão enigmático.

8 comentários:

  1. Fábio, acredito muito em você. Torço pelo seu sucesso!

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  2. Que texto lindo, meu amigo. Sem dúvida, por mais que tenhamos concorrentes, a grande magia da vida é nunca fazer o caminho sozinho.

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  3. Complicado hein, pessoa? Mas você se deu bem e é isso o que importa! Sucesso, sempre!

    Abraço e parabéns pelo ótimo texto.

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  4. Valeu, Gaby, Walter e Duh!

    Agora é esperar o resultado final... e ver se as portas da fortaleza se abrem. rs

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  5. É bem assim que a gente se sente... É um festival de apreensão, temor, uma mistura de sentimentos; e no fim das contas aquele pessoal que a gente começa vendo como concorrentes, viram companheiros; e boa parte deles vai continuar nos acompanhando na luta.
    Sucesso pra nós! o/

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  6. Já trilhei e continuo trilhando esses caminhos acadêmicos e confesso ter uma relação de amor e ódio com ele. Já passei por essa peneira cruel e continuo passando e a sensação é exatamente essa que vc descreveu em seu belíssimo texto. Tenho certeza de que seu caminho será brilhante. Paixão, empenho e talento não lhe faltam. Abração e sucesso!

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  7. Belo desabafo sobre caminhos tão dificeis como esses academicos, rapaz.
    Parabens pelos exitos obtidos, contudo. Medalhas de uma batalha ardua, porém revigorante
    :)

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  8. Parabéns pelo belo texto.

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