quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma pausa para falar de nós

Pois bem. Chega a hora de refletir. O SuperCult já é um blog com mais de um ano, então a gente pensa que é chegado o momento de discutir a relação. Não, nosso casamento não está em crise, muito pelo contrário. Nos damos bem, nos compreendemos (ou melhor, ele me compreende, porque eu mesmo nunca o perguntei o que ele achava de receber essa descarga de informações minhas em postagens períodicas), ele gosta dos meus amigos, e eu lhe apresentei amigos novos (um abraço ao Melão, ao Ta Fun, ao Roteirizando, ao EnTHulho e a outros amigos do meu blog). Talvez a DR não seja exatamente a máxima desse momento, mas sim as boas lembranças do passado, e as boas esperanças do futuro.

Como disse na primeiríssima postagem aqui, o SuperCult seria uma espaço de divagações do autor. Um blog de arte em geral, como bem definiu o Prof. Edwar, que não tem medo de falar de qualquer assunto que ocorrer a quem o dirige, de ceder à inspiração a mais bizarra, de parar para pensar, apenas. Um blog que se propõe, e tem cumprido, a função de ir da cozinha ao divã do analista.

Naquele dia, em janeiro de 2010, não imaginava que ele ganharia a repercussão que ganhou. Muito menos que chegaria a pouco mais de um ano beirando os 8000 acessos (eu, que achava que seria o único a frequentar o blog!), e nada poderia me deixar mais satisfeito do que ver que aqui, um lugar para falar de coisas que interessam a um público seleto, é tão bem frequentado, seja no sentido quantitativo quanto, principalmente, no qualitativo.

Ao longo desse ano, falamos de cinema, em várias formas: listamos os grandes vilões de Hollywood, selecionamos os 10 mais do autor, diferenciamos a cinematografia erótica e pornográfica, discutimos cinema marginal e pornochancada. Fomos do trash aos clássicos [AlineDurelfeelings]. Além disso, divagamos sobre música e literatura: relembramos personagens do pop-rock nacional, degustamos as crônicas de Luis Fernando Veríssimo, relembramos as alegorias e o realismo fantástico em obras de Saramago e Érico Veríssimo (isso sem contar nosso "Prêmio Eguinha Pocotó", que dispensa comentários). Além de tudo isso, nos voltamos para aquele que uniu em torno de si a poesia, o cinema e a música, conseguindo transformá-los em uma coisa só: falamos de Torquato Neto, em sua "louca vida, vida breve", que nos legou tanto e nos negligenciou muito mais.

Fizemos, em especial, muita crítica de televisão. Tentamos fugir do paradigma do crítico, aquele que fala e não assiste. Sim, o SuperCult acompanha com prazer novelas, minisséries e reality-shows. Analisa a audiência, a repercussão, quer ter parte no processo. Buscou, ao longo desse ano, demonstrar despretenciosamente suas opiniões, e, principalmente, compartilhar da opinião de outros tantos e tão caros. Nisso, tivemos a honra de entrevistar um dos arautos da dramaturgia virtual, o jovem e talentoso Eduardo Secco, e o grão-mestre dos Queridões de plantão, Vitor Santos.

Hoje, o SuperCult atravessa uma nova fase de sua vida, o que coincide com um novo momento da vida de seu autor. Continua o mesmo, só que diferente, entenderam (Não? Bom... deixa pra lá). Aonde, afinal, está a diferença? E quem disse que eu sei? Só o tempo dirá. Aliás, acordar diferente é aquilo que nós - eu, vocês, o SuperCult - temos feito todos esses dias, em mais de um ano. Essa é a nossa função. Somos subjetivos, muitas vezes inseguros, distantes e ao mesmo tempo pressionados pelo mundo prático. Somos angustiados, angustiantes, quase esquizofrênicos. Somos alegres de tanta timidez. Somos aqueles que não páram pra refletir - refletem 24 horas por dia.

Falo nós, porque vocês (é, você mesmo) são meus cúmplices. Afinal, se não fossem vocês, eu nem sei se o blog ainda existiria, porque, apesar de ter sido essa a ideia original, eu não tenho vocação pra falar pruma parede. Se estou aqui, é porque sei que sou ouvido, lido, que compartilho meu sentimento com alguém. E espero que continuemos juntos, vivendo as agruras e delícias através de tantos bytes.

Aqui, um abraço a todos: ao Vitor e ao Duh, meus entrevistados, que me honraram com palavras tão marcantes; ao Eddy, Evana, TH, Paulinho, Monique, Ivy, Walter, Vanessa, Helder, Jorge, Ivan, queridões de carteirinha que, através desses contatos virtuais, me ajudaram a construir minha sensibilidade televisiva. Ao xará Fábio Costa, ao Nilson Xavier, à Renata Dias Gomes que, grandes entendedores de dramaturgia que são, me deixam beber dessa fonte de conhecimento. Ao Hênio e ao Daniel, grandes amigos do litoral, que fazem da cultura sua arma de guerra. À Simone, grande amiga da terrinha, que vem esbanjar sua sutileza nas "Entrelinhas" do SuperCult (rs). Ao meu pai que, apesar de frequentar pouco, foi e continua sendo o grande incentivador de todas as minhas empreitadas. Aos colegas e professores da gradução e do Mestrado, que vêem aqui constatar que minhas loucuras também se expressam na escrita.

A todos vocês, obrigado.

6 comentários:

  1. Muito bacana esse post-retrospectiva! =)
    E me sinto muito honrada de figurar dentro dele!

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  2. "Grão-Mestre" foi forte...kkkkkkkk! Eu é que agradeço, querido! E vida longa para o SuperCult, com seu conteúdo sempre repleto de qualidade.

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  3. Daniel C. B. Ciarlini16 de março de 2011 às 07:06

    Parabéns amigo! Siga em frente! Avante neste seu projeto de valorização da escrita e da leitura, como forma de divulgação de ideias e anseios. Abraços culturalistas!

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  4. A gente é que agradece esse conteúdo tão diverso e sofisticado!
    Espaços como este fazem falta na internet. Vida longa ao Super Cult.
    Abração!

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  5. Prazer fazer parte deste primeiro de muitos anos! Lisonjeado com suas palavras. Agradeço muito, de coração. Sucesso, queridão! Hoje e sempre.

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  6. Parabéns moço por esse ano. Eu sinceramente nunca festejei aniversário de blog não. O festejo que eu dei para o ZIP.NET foi mudar para o blogspot quando eu fiz 5 anos hahahahaha

    Bjs.

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