Christiane Torloni, valeu pelo título.
Pois bem, hoje é dia de rock. Ou seria de pop? Ou axé? Ou dance music? Não sei. Shakira e Ivete Sangalo no palco do Rock in Rio, onde também tocaram, dançaram e cantaram Skank, Frejat, Cláudia Leitte, Elton John, Rihanna, Red Hot Chili Peppers, onde o Capital homenageou a Legião, onde Metalica gritou e Marcelo D2 fez rap, não ajudam muito a decifrar.
O mundo da música é eclético. Não há mais espaços para rótulos. Num mesmo palco podem tocar MC Qualquer Coisa, um cover de Luiz Gonzaga, outro de Michael Jackson, e uma banda hardcore que estica dois palmos de língua, sem que ninguém agrida ninguém, jogue garrafinhas cheias de água mineral ou coisa pior no palco. Cláudia Leitte e Rick Martin estão aí pra confirmar, e isso não quer dizer que eu gostei do clipe dos dois. Nem que desgostei. Muito pelo contrário.
Na verdade, ando pensando que essa Neotropicália marca a vida cultural do Brasil desde sempre, sobre formas e categorias diferentes. Num país onde Jesus Cristo se transforma sincreticamente em Oxalá tudo é possível. E a atitude de uma meia dúzia de metaleiros, ao criticar certas atrações do revival de nosso Woodstock em 2011, me lembra em muito a "Marcha Contra a Guitarra Elétrica", em 1967. Não, ninguém fez passeata na rua, mas nas redes sociais, o que é mais cômodo e contagiante.
Cássia Eller, Renato Russo, Cazuza, não sei o que diriam disso tudo. Aliás, ninguém sabe. E hoje, pouco importa. Na verdade, ando sem saco pra preciosismos, arcaísmos e outros "ismos" de um bando de conservadores andam pregando por aí, como certos pastores protestantes tentando atrair fiéis.
E antes que eu acarreta um monte de desafetos, é capaz de eu mudar de opinião sobre tudo isso no próximo segundo. Esse texto foi um "pum" momentâneo, um espamo que pode ser curto ou longo, ou não. Um abraço.
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