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Meras variações sobre o mesmo tema. Amor. Substantivo. Amar.
Verbo.
Rapaz #1: Como você a conheceu? Amigos em comum? Vocês
freqüentavam os mesmos lugares?
Rapaz #2: A história é complicada. Sim, já faz uns 10 anos
que freqüentamos os mesmos lugares.
Rapaz #1: Então, vocês já conhecem há 10 anos e só agora....
Rapaz #2: Não, não. Freqüentávamos os mesmos lugares, mas
nunca nos vimos.
Rapaz #1: Como assim, mas..
Rapaz #2: Nos conhecemos há pouco mais de 2 meses. Minto, na
verdade já nos conhecemos há pouco mais de 3 meses!
Rapaz #1: Rum, não to entendendo, porque parece que você se
conhecem há tanto tempo.
Rapaz #2: Pois é né? Todo mundo diz isso. Nós dizemos isso a
nós mesmos.
*
Certo dia a vi, de longe, só seu rosto. Simplesmente linda.
Só conseguia ver da cintura pra cima. Ela estava com uma blusa preta com alguns
detalhes que minha péssima memória, que gosta de me trair quando mais preciso
dela, não deixarão eu lembrar com a riqueza de detalhes que gostaria. Acho que
chamam aquilo de paetês. Bem, não sei
ao certo. Ela ria, apenas. Mas não era qualquer riso. Era pra mim. Era pra mim
que ela ria, como se ao mesmo tempo dissesse feliz da vida que era por mim que
tanto esperava. Eu ri, meio tímido, não sabia o que fazer. Minha sorte....
melhor dizendo, nossa sorte é que tínhamos, dentre tantos amigos em comum, um
em especial. Foi ele quem de certo modo me ajudou, nos ajudou, nos fez quebrar
o gelo e que “a coisa” fluísse normalmente. Ela ainda ria. E a cada vez que
olhava seu rosto algo me encantava ainda mais. Perguntei a mim mesmo: por que
não? Tive receio. Travei. Perdi uma batalha sem ao menos lutar. Lembrei do
nosso amigo em comum, que certa vez me disse: “nunca deixe que lhe digam que
não vale a pena acreditar no sonho que se tem...quem acredita sempre alcança”.
Rimos. Eram tantas coisas em comum: gostos, desgostos, preferências. Comidas,
música, lugares. Parecia que já nos conhecíamos há tanto tempo. Fomos a lugares
sem nunca imaginar da existência um do outro. Por que não te conheci um dia
antes? Porque tudo tem sua hora e seu lugar.
1 mês depois, um filme, um parque, uma caixa de bis branco.
Um beijo. Um abraço. Uma mensagem e algumas fotos.
No outro dia a saudade era algo que não se media com
palavras. E a espera que ia durar quase que 72 horas (uma eternidade) não durou
nem 1 dia.
E desde esse dia, todo dia um pouco mais...
O coração sempre arrasa a razão e o que tá escrito na canção
ninguém precisa entender...
* * *
Paulo Ricardo é mestrando em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí e Professor Formador II pelo PARFOR - UESPI/UFPI. Antes disso tudo, é um cara apaixonado.
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