terça-feira, 14 de agosto de 2012

O coração sempre arrasa a razão

Por Paulo Ricardo Muniz Silva

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Meras variações sobre o mesmo tema. Amor. Substantivo. Amar. Verbo.
Rapaz #1: Como você a conheceu? Amigos em comum? Vocês freqüentavam os mesmos lugares?
Rapaz #2: A história é complicada. Sim, já faz uns 10 anos que freqüentamos os mesmos lugares.
Rapaz #1: Então, vocês já conhecem há 10 anos e só agora....
Rapaz #2: Não, não. Freqüentávamos os mesmos lugares, mas nunca nos vimos.
Rapaz #1: Como assim, mas..
Rapaz #2: Nos conhecemos há pouco mais de 2 meses. Minto, na verdade já nos conhecemos há pouco mais de 3 meses!
Rapaz #1: Rum, não to entendendo, porque parece que você se conhecem há tanto tempo.
Rapaz #2: Pois é né? Todo mundo diz isso. Nós dizemos isso a nós mesmos.

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Certo dia a vi, de longe, só seu rosto. Simplesmente linda. Só conseguia ver da cintura pra cima. Ela estava com uma blusa preta com alguns detalhes que minha péssima memória, que gosta de me trair quando mais preciso dela, não deixarão eu lembrar com a riqueza de detalhes que gostaria. Acho que chamam aquilo de paetês. Bem, não sei ao certo. Ela ria, apenas. Mas não era qualquer riso. Era pra mim. Era pra mim que ela ria, como se ao mesmo tempo dissesse feliz da vida que era por mim que tanto esperava. Eu ri, meio tímido, não sabia o que fazer. Minha sorte.... melhor dizendo, nossa sorte é que tínhamos, dentre tantos amigos em comum, um em especial. Foi ele quem de certo modo me ajudou, nos ajudou, nos fez quebrar o gelo e que “a coisa” fluísse normalmente. Ela ainda ria. E a cada vez que olhava seu rosto algo me encantava ainda mais. Perguntei a mim mesmo: por que não? Tive receio. Travei. Perdi uma batalha sem ao menos lutar. Lembrei do nosso amigo em comum, que certa vez me disse: “nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem...quem acredita sempre alcança”. Rimos. Eram tantas coisas em comum: gostos, desgostos, preferências. Comidas, música, lugares. Parecia que já nos conhecíamos há tanto tempo. Fomos a lugares sem nunca imaginar da existência um do outro. Por que não te conheci um dia antes? Porque tudo tem sua hora e seu lugar.
1 mês depois, um filme, um parque, uma caixa de bis branco. Um beijo. Um abraço. Uma mensagem e algumas fotos.
No outro dia a saudade era algo que não se media com palavras. E a espera que ia durar quase que 72 horas (uma eternidade) não durou nem 1 dia.
E desde esse dia, todo dia um pouco mais...
O coração sempre arrasa a razão e o que tá escrito na canção ninguém precisa entender...

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Paulo Ricardo é mestrando em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí e Professor Formador II pelo PARFOR - UESPI/UFPI. Antes disso tudo, é um cara apaixonado.

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