sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

BBB Crazy - o zarpar da nova navilouca

Hora de vir com a tradicional postagem de estreia de uma nova edição do BBB. Pensei em fazê-la apenas após a primeira semana – e de postar análises semanais, coisa na qual ainda estou pensando, vamos acompanhar – mas não resisti a comentar agora os primeiros dias de programa.

 

De saída, é fato que sempre fui um expectador assíduo do BBB, e insisto em acompanhá-lo, apesar de reconhecer os defeitos crassos das últimas edições. Boninho tem, desde a estreia do reality, em 2002, apostado fichas na mesma receita, mas com temperos diferentes, a cada ano. E nisso, já tivemos cowboys, macunaímas, superpobrinhos e coloridos. As escolhas, despretensiosas e felizes das primeiras edições, foram levando a uma superespecialização, tanto da direção do programa quanto dos próprios candidatos, a optar por “BBBs profissionais” – subcelebridades, que vivem a vida intentando chegar até o programa – e, consequentemente, a uma perca da espontaneidade dos participantes. Essa estratégia bem que funcionou por algum tempo, mas começou a gorar, a meu ver, a partir da 9ª edição.

 

Como uma parábola que já se mostra em sua curva decrescente, o Big Brother Brasil já amargava, nas duas últimas edições (as duas seguintes ao exemplar BBB10, um hiato positivo nessa perca de qualidade), além da perca sucessiva de audiência, uma série de percalços. Seja na aposta em um time fraquíssimo em 2011, que levou à vitória de uma nulidade como Maria Melilo, seja na turma menos apelativa, mas igualmente fraca de 2012, que levou à vitória de Fael – que, um cowboy nos moldes do Rodrigo da 2ª edição, deixou a todos com um gosto travoso de déjà vu. Tudo isso associado ao constrangedor caso de suposto estupro, durante a edição passada, o que só acentuou os holofotes negativos, a onda de críticas da imprensa marrom, entidades pseudomoralistas e canais rivais – e, o pior de tudo, a perda de vários anunciantes.

 

Diante de um momento de inegável crise, a pergunta era: o que fazer? Apesar dos pesares, o Big Brother tornou-se uma instituição difícil de se ignorar na TV brasileira. Seja pelos fãs ardorosos, seja pelos críticos igualmente fanáticos, é possível dizer tudo, menos que o programa não causa alvoroço, disse-me-disse, babado, confusão e gritaria. É nesse contexto que surge a 13ª edição – à qual Pedro Bial resolveu chamar de “BBB Crazy” –, que estreou na última terça-feira (8), com mais do mesmo travestido de cara nova.

 

Esse ano, o reality investiu em dois elementos de sucesso em edições anteriores: a Casa de Vidro, que marcou a 9ª edição, e a volta de ex brothers, que foi uma das principais vedetes da edição de número 10. No envidraçado colocado no Santana Parque Shopping de São Paulo, foram confinados 6 participantes, aspirantes a BBBs, que inauguraram os trabalhos do programa antes mesmo da estreia, como uma espécie de aquecimento das turbinas. Estratégia acertadíssima de Boninho, a Casa de Vidro fez com que o BBB começasse dias antes, tanto para os visitantes do Shopping, quanto para o público do site do programa, que pôde acompanhar, de já, as peripécias de André, Bernardo, Kamilla, Kelly, Marcello e Samara. Diferente do que aconteceu nas edições anteriores, onde a Casa de Vidro era apenas uma exposição de micos amestrados, dessa vez, a morada cristalina guarda um programa paralelo, com intrigas, estratégias e pseudorromances próprios. Destaque para o brasiliense André Coelho e para a curitibana Kelly Baron, que estão apelando pro sex appeal, bem como para a paraensa Kamilla Salgado, “complicada e perfeitinha”, que já começou a balançar as estruturas da casa com algumas discussões de relação. Ela e o carioca bonitão Marcello Soares são candidatos fortíssimos a entrar no programa hoje à noite.

 

Quanto aos ex-BBBs, o critério de escolha foi o fato de terem “causado” nas edições em que estiveram. E nisso, tivemos a entrada de Anamara (BBB10), Eliéser (BBB10), Fani (BBB7), Natália (BBB8), além dos vencedores Kleber Bambam e Dhomini, respectivamente da primeira e da terceira edição do reality. Todos escolhas acertadas – a meu ver, nenhum pra ganhar, mas todos para movimentar a casa – à possível exceção de Eliéser, que me pareceu uma escolha desnecessária, podendo muito bem ter seu lugar ocupado, por exemplo, pelo Dr. Rogério do BBB5, ou qualquer outra pessoa que tivesse pisado na casa. Mas enfim.

 

Os participantes novatos que entraram direto na casa constituem um grupo interessante sem ser apelativo, uma combinação que se imaginava impossível, em termos de Big Brother Brasil, até então. Atendendo à opinião do público de que faltava conteúdo nos brothers, a produção optou por alguns candidatos que podem tirar seu carisma de um papo inteligente, como o pernambucano Aslan, o paulista Ivan e o gaúcho Nasser. O galã capixaba André também não parece ser um tipo vazio. Dentre as mulheres, o perfil “bonitas, mas com conteúdo” também é marcante, quando observamos a esteticista paranaense Andressa, bem como a advogada e a dançarina de flamenco mineiras, Fernanda e Marien. A única exceção a essa regra é a carioca Aline, uma versão real life da Penha, personagem de Taís Araújo em Cheias de Charme, que tem arrebanhado quase tantas gargalhadas quanto gritos de fúria com seu carioquês, suas gírias suburbanas e seu jeito estourado.

 

Pelo que se notou na prova do líder que se realizou ontem, a ideia dos primeiros dias do programa é opor veteranos e novatos – o que, aparentemente, não será difícil. Outro gol de Boninho. O programa começou pegando fogo, com discussões, boas provas e doses de carisma. Podemos estar diante na melhor edição do BBB dos últimos três anos – pelo menos.

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