Chega ao fim a 2ª semana do BBB13, me deixando com uma
certeza: jamais se deve subestimar a capacidade humana de surpreender. Motivo:
na primeira semana do programa, a casa perdia dois de seus mais populares e
divertidos participantes – Kléber Bambam, rei do efeito tico-e-teco, e o
campeão da primeira edição (saído por desistência) e Aline, que já dispensa
comentários (tendo, aliás, se transformado em uma celebridade instantânea com
maior potencial “arroz de festa” dos últimos dias), eliminada pelo público – e
deixava nos espectadores o gosto amargo do marasmo. Ou seja, imaginava-se que o
BBB13 tornar-se-ia um spa relaxante para os demais participantes, que em nada
contribuíam para tornar o programa interessante. E tome gente reclamando de ter
gasto dinheiro em vão, assinando o pay-per-view!
Mas o mundo e o BBB dão voltas. E se os últimos sete dias
não foram tão eletrizantes quanto a primeira semana – que contou com dois
barracos em menos de 24 horas – não se pode chamá-los de desanimados. Big
Brother é um jogo de convivência, de pessoas reunidas 24 horas por dia. Não se
pode esperar que os participantes estejam todos, o tempo todo, ligados no 220
V. Edição nenhuma foi assim. Mas, sim, muitas coisas aconteceram. A saber:
- Um racha no grupo dos veteranos – Se a maioria esperava
que os veteranos entrassem no programa com ares de experiência e técnicas para
jogarem unidos e chegarem até o fim por esse mérito, estavam enganados. Dhomini
bem que tentou manter a fleuma de “titio aconselhador”, no qual muitos novatos
– como André, Andressa, Fernanda e Marien – caíram como patinhos.
Provavelmente, ele não esperava que Aslan, Nasser e Ivan sacassem o seu jogo
mais rápido do que os demais e resolvessem articular de já sua saída. O próprio
Dhomini, na semana anterior, já havia comprado uma briga com Eliéser. Esse, por
sua vez, quebrou o pau com Anamara por motivos anteriores à reentrada no
programa, fazendo com que o grupo dos veteranos ficasse ainda mais dividido. De
um lado, Anamara e Dhomini (ela uma fã inveterada do segundo). Do outro,
Eliéser e Fani (a dupla que, de encoxada em encoxada, pretende passar o tempo
no reality da maneira mais prazerosa possível). Natália permanece apagada, e
Yuri, o “super chato” do BBB12, retornou mais contido. O certo é que unidos é que
eles não estão.
- O romance e as crises de consciência de Nasser e Andressa
– Formado com Ivan um trio de grandes amigos no jogo, Andressa e Nasser criaram
um encantamento um pelo outro. Ela, no entanto, vivendo um namoro de 9 anos
fora da casa, entra em crise por viver ou não essa relação do lado de dentro. A
crise parece, aos poucos, ser vencida por um edredom e pelas investidas cada
vez mais ousadinhas de Nasser. Vamos ver no que dá.
- A entrada de Kamilla – a musa da Casa de Vidro, ao entrar
no BBB13 com Marcello, mostrou que não vinha apenas para bater palmas, ou pagar
de coadjuvante. Seu exibicionismo e seu desejo de cantar aos quatro ventos já
têm despertado uma divisão de opiniões na casa. Em verdade, a paraense parece
ser uma jogadora muito mais inteligente do que tenta mostrar: aparecer o máximo
possível diante da câmera, e fazer o papel da vítima perseguida pelas outras
meninas da casa – que teriam, supostamente, inveja de sua espontaneidade – é
uma arma interessante para permanecer no jogo. Em geral, o público adora as
espontâneas vitimizadas, e o mal estar entre Kamilla e as demais parece uma
bomba-relógio prestes a explodir.
- O caso do cachorro – Abafada pelo programa, mas com altas
repercussões do lado de fora, a declaração de Dhomini, de que teria arrancado a
machadadas os dentes de um cachorro de estimação do sítio de sua família pegou
mal. Muito mal. A sociedade civil reverberou a fala do participante com notas
de repúdio. Dhomini foi vilanizado como pessoa, e isso, associado ao fato de que
já demonstrava desvio de caráter na casa, somou-se para sua indicação ao
paredão.
E que paredão! Maroca, indicada pelo líder Ivan (também
muito mais estrategista do que aparenta) enfrentou Dhomini, que levou seis
votos da casa. Foram quase 48 horas de votação no ouro e fio, apertadíssima,
despertando a curiosidade do público pelo imprevisível. Anamara, mais sensual,
menos gralha, mas não menos autêntica. Dhomini, que refinara a canalhice que
lhe rendeu a vitória, há 10 anos atrás. A popular La Maroquita do BBB10, ou o
campeão Macunaíma do BBB3? A resposta em números, 54% dos votos, foi poetizada
por Pedro Bial, que, parafraseando Karl Marx, anunciou: “A história se repete.
Como farsa. Perdeu, campeão.”
A eliminação de Dhomini nos deixa um recado e uma indagação. O recado é que, nessa edição, pesquisas de popularidade dizem muito pouco: semana passada, Aline era a segunda mais querida nos números da UOL, e foi eliminada com rejeição alta contra um dos apáticos nessa pesquisa. Nessa semana, Dhomini disparava na frente como favorito a vencer, e é eliminado. Maroca está no páreo como candidata forte, mas saber se ela permanece em um paredão contra um dos novatos é uma incógnita. A indagação que paira é, mais uma vez, a dúvida inicial do
público do programa: a casa do BBB13 se transformará em uma grande estufa de
plantas? Mais uma vez, creio que não. E não só pelas novidades anunciadas por
Boninho – o retorno do Big Fone e o misterioso “BBB Vai e Volta”. Mas,
principalmente – concordando com Maurício Stycer – porque se tratam de seres
humanos, e de sua capacidade infinita de se reinventarem. E a direção do
programa se especializou, nesses treze anos de experiência, em contribuir para
essa reinvenção.
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