A disputa pelo Oscar 2010, a princípio polarizada entre o blockbuster Avatar e o filme-verdade Guerra ao Terror remete a uma oposição comum na Academia de Cinema. O que premiar? O filme visualmente mais bonito, com mais efeitos especiais, perfeição plástica... Ou a história mais densa, concatenada, que traga uma mensagem significativa para o grande público?
Avatar, ficção científica dirigida por James Cameron (o mesmo de Titanic), narra o conflito entre colonizadores humanos e nativos humanóides de Pandora, uma das luas de Polifemo. O filme conta com um roteiro de nada menos de 114 páginas, e vem sendo trabalhado pelo diretor desde 1994. Orçado em 237 milhões de dólares, e tendo arrecadado, apenas em seu primeiro fim-de-semana, mais de 232 milhões, o filme é, inegavelmente, um grande sucesso. A crítica constanta ser ele uma inovação sem precedentes em termos de computação gráfica aplicada ao cinema, com visualização 3D e gravação com câmeras feitas especialmente para esse filme. O elenco conta com Sam Worthington como o fuzileiro naval Jake Sully, em missão especial a Pandora; e Zöe Saldaña, como a princesa Neyriti, do clã Omaticaya, reinante no local.
Já em Guerra ao Terror, o realismo é o ponto de partida para a história de Kathryn Bigelow, narrando a luta de soldados americanos contra o terrorismo no Oriente Médio. A perspectiva, claro, é norte-americana, colocando os EUA como "heróis do mundo", lutando contra o "eixo do mal" árabe. Cabe no velho estilo dos filmes de guerra americanos, enfim. O retorno para casa dos mártires ianques, seus sonhos, suas aspirações.
Na luta por bilheterias, e pior, pelo gosto de um grupo seleto de analistas, valem as mais variadas armas. Na evolução crítica da Academia, já vimos serem premiados as megaproduções Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis, bem como o sensível Quem Quer Ser um Milinário?. Vale saber qual das tendências imperará em um ano onde algumas perspectivas políticas transformam-se nos EUA, e começamos a ver o que permanece e o que muda no país democrata de Obama.
Ao público, resta o privilégio de uma excelente sessão pipoca.
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