Já é de conhecimento geral que eu sou fã de Glee. Desde que
assisti ao primeiro episódio da série – na Globo, praticamente com zero
conhecimento a respeito – me apaixonei por muitos fatores: o de se tratarem de
atores completos, que cantam, dançam e interpretam; por ser umas série musical,
gênero que sempre me agradou; e por ter uma trama que trata de uma série de
dramas humanos, que vão da gagueira falsa ao homossexualismo – tudo isso
intricado com elementos de folhetim: triângulos amorosos, viradas, vilanias,
heroísmos, superações, etc.
Para os não iniciados na série, ela conta a história de Will
Schueter (Matthew Morrison), um professor idealista que, ao começar a dar aulas
na escola William McKinley, em Lima (Ohio), pretende remontar o Clube Glee, um
coral que existiu nessa instituição no passado. Sem o apoio da direção, da
maior parte do corpo docente – tendo especial repulsa por parte da treinadora
de líderes de torcida Sue Silvester (Jane Lynch) –, nem mesmo da maioria dos
alunos, o Glee passa a ser formado, inicialmente, por alunos excluídos na
escola: a convencida Rachel (Lea Michele), a líder de torcida Quinn (Diana
Agron), o popular Finn (Cory Montaith) – que termina por sofrer a exclusão dos
demais colegas –, a descendente de orientais Tina (Jenna Ushkowitz) – que finge
ser gaga para parecer estranha –, a negra Mercedes (Amber Riley), o bissexual
Blaine (Darren Chris), o paraplégico Artie (Kevin McHale), e Kurt (Chris
Colfer), que luta contra os próprios fantasmas para assumir sua homossexualidade.
Mais adiante, o clube, que passa a se chamar New Directions, ganha a
participação do tímido Mike (Harry Shum Jr.), do preconceituoso jogador de
futebol americano Puck (Mark Salling), o disléxico Sam (Chord Overstreet), e,
por fim, Brittany (Heather Morris) e Santana (Naya Rivera), líderes de torcida
que entram no Glee para destruí-lo, a mando de Sue, mas terminam integrando-se
de verdade a ele.
Pensando na série, resolvi desenvolver uma “sentimental
list”, com minhas 15 performances musicais prediletas do programa (lembrando
que é uma lista pessoal, e muitas das prediletas da grande maioria podem ter
ficado de fora).
15. Lucky
Essa entra na lista por ser uma versão “fofa” do sucesso
cantado por Jason Mraz e Colbie Caillat nas vozes de Sam e Quinn. Ele, um
garoto vindo de um internato para rapazes, e por isso com muita dificuldade de
relacionamento com as mulheres, e ela vinda dos traumas de amores mal
resolvidos e de uma gravidez precoce. O clima “cute” impera no clipe, e marca a
troca de olhares entre o casal.
14. Big Girls Don’t
Cry
Significativa pro perfil – ora mandão, prepotente, ora doce
– de Rachel, a readaptação de Fergie, onde Blaine e Kurt a acompanham se torna
clássica. Ganha, considerando a personagem em questão, a mensagem de que grandes
garotas, como ela, não choram, não devem se preocupar com a opinião alheia.
13. Don’t You Want Me
A música do Human League caiu bem num episódio que enfocou
tanto os efeitos do alcoolismo quanto um clima de affair entre Rachel e Blaine.
O dueto teve um ar de “pegação musical”, com destaque para o chambre verde de
Rachel, e para Santana chorando bêbada. Surreal!
12. True Colors
Classicão de Cyndi Lauper, que depois ganharia versão na voz
de Phill Collins, ficaria muito bonito na voz de Tina, em um episódio em que
aparece sua relação com Artie. Não sei se sou eu que vejo coisas demais, mas
interpreto a música como Tina cantando à diversidade, às “cores verdadeiras”
que cada um guarda dentro de si – e nisso extrapolando a barreira da beleza
física.
11. Total Eclipse of
the Heart
Clipe bonito, protagonizado por Rachel, e que bem representa sua relação tensa com os outros membros do clube Glee. Nesse episódio, a personagem confessa sua “patologia por querer se tornar popular”, tentando usar Jesse, seu namorado, Finn e Puck como pares no clipe, perdendo o amor e a amizade dos três.
10. We Are Young
A música trás tom de união a um grupo tão plural. Percebe-se
o outro lado da personalidade de Rachel – o convergente, que consegue trás luz
e gás ao grupo. Talvez esteja aí a grande marca do clipe pra mim.
09. One of Us
O clipe é uma clara alusão ao original de Joan Ousborne. Remetendo à questão religiosa, a partir do misto-quente que Finn faz o favor
de tostar, e onde aparece a imagem de Jesus Cristo, a série toca no espinhoso tema da diversidade religiosa. O
episódio no qual o clipe está inserido remete à própria ideia de fé,
relacionada com o afeto, resultante da difícil relação entre Kurt e seu pai, que
sofre um ataque cardíaco e entra em coma. Destaque para os agudos de Mercedes.
Míticos!
08. Bohemian Raphsody
Em geral, as músicas do Queen são uma grande covardia. Ainda
mais quando é cantada por uma apresentação indefectível de Jesse no Vocal
Adrenaline, assistido de longe por Rachel, sua namorada (ou ex-namorada?) –
enquanto, num hospital, todos os outros acompanhavam Quinn entrar em trabalho
de parto.
07. Somebody That I Used to Know
O sucesso de Gotye (que bem criticou a versão feita pelo
Glee) foi cantada num episódio centrado na relação entre Blaine e seu irmão, o
ator famoso Cooper Anderson (interpretado por Matt Bromer, em participação
especial). Tendo sempre crescido à sombra do irmão mais velho, Blaine se
ressente dele – principalmente quando aparece no McKinler, num local onde ele,
Blaine, é uma das estrelas. A música e o clipe representam bem a relação dos
dois
06. ABC
Um dos clipes mais pra cima de toda a série! Gosto muito
quando Tina protagoniza a coisa, nesse caso ao lado de Kurt e Mike, que mostra
aí o quanto é talentoso. Mas, na v verdade, não teve ninguém que não teve seu
espaço nessa apresentação. O New Directions mostrando sua evolução na
apresentação em uma competição, e fazendo homenagem aos Jackson é imperdível!
05. Don’t Stop Believin
O primeiro grande clipe do programa, onde Finn, Rachel,
Artie, Tina, Mercedes e Kurt mostram, no apagar das luzes, ao Prof. Will que
sim, queriam integrar o Glee. Enquanto isso, são observados por Puck, que ainda
não havia tido coragem de assumir seu desejo de integrá-lo, bem como por Sue,
Santana e outra líder de torcida. A música e sua apresentação positiva trazem a
grande mensagem da série: “nunca deixe de acreditar!”.
04. I Have Nothing
Não consigo não me emocionar com Kurt. A meu ver, um dos
personagens mais fortes da série, sem dúvida com a grande colaboração da
interpretação competente e extremamente expressiva de Chris Colfer - o que só se confirma na
apresentação da canção de Whitney Houston. Mas Kurt se oferece para cantar, e dá um show, como fica claro no
vídeo (fora a troca de olhares com Blaine, que mostra a relação instável entre
os dois).
03. I Want I Hold Your Hand
Se é que é possível escolher um, acho esse o solo mais emocionante
do Kurt. É, sem dúvida, a música que canta para seu pai – acompanhado de belas
imagens, em forma de flashback, mostrando a relação dos dois quando o garoto
ainda era criança – e no olho do furacão da revelação de sua homossexualidade.
02. The Scientist
Como não chorar com esse clipe? Se a versão original, do
Coldplay, é emocionante, o que dirá esta, contextualizada num episódio de final
de ciclo em Glee, que termina com o rompimento de vários dos casais da série? O
clima de “adeus” tomou conta de todos os personagens, o que combina com o tom
de arrependimento presente na letra da música. Tocante é pouco!
01. Rumour Has It / Someone Like You
Minha apresentação predileta de todo o programa. Em geral,
curto muito assistir essas coreografias femininas. O tom me lembrou muito os
musicais americanos dos anos 60 e 70. O contexto é o da crise de identidade
sexual de Santana, bem como da demonstração de suas fragilidades – o que a tira
do lugar de vilã e a coloca em posição de protagonista na trama por vários
episódios. Adele caiu bem, tanto em sua crise, quanto no tom de diva que está
presente sempre nas apresentações de Mercedes.
Gostaram da lista? Comentem e compartilhem suas performances prediletas.
Gostaram da lista? Comentem e compartilhem suas performances prediletas.